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Lúpus e a Cannabis como tratamento: avanços científicos e potencial terapêutico

Os efeitos terapêuticos da planta ajudam no controle dos sintomas, no avanço da doença e melhora na saúde mental.

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença autoimune crônica que afeta milhões de pessoas no mundo, levando o sistema imunológico a atacar tecidos saudáveis. Apesar dos avanços na medicina, os tratamentos convencionais muitas vezes causam efeitos colaterais severos, levando pesquisadores a buscar alternativas mais eficazes e seguras, como a Cannabis.

No Brasil, segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia, estima-se que entre 150 mil e 300 mil pessoas convivam com o Lúpus, sendo a maioria mulheres jovens, especialmente na faixa etária de 20 a 45 anos e é mais comum em pessoas afro-americanas, hispânicas e asiáticas.

Mesmo que os índices de mortalidade da doença estejam estagnados há cerca de 20 anos, o Ministério da Saúde tem investido em campanhas de conscientização no chamado fevereiro roxo, quando informações sobre a doença são debatidas com a população. O dia 10 de maio, é considerado o dia mundial do Lúpus, também com o intuito de discutir a pauta.

Sintomas e desafios do tratamento do Lúpus

Os sintomas do Lúpus são variados e podem incluir:

  • Fadiga extrema
  • Dores articulares
  • Erupções cutâneas
  • Fotossensibilidade
  • Febre sem causa aparente
  • Comprometimento renal
  • Úlceras orais ou nasais
  • Queda de cabelo
  • Dor no peito ao respirar profundamente (pleurite)
  • Inchaço nos pés, pernas ou ao redor dos olhos

O tratamento convencional busca controlar os sintomas por meio de anti-inflamatórios, corticosteroides e imunossupressores, mas o uso prolongado dessas terapias pode gerar complicações, como osteoporose, diabetes e aumento do risco de infecções.

Por essa razão, muitos pacientes que convivem com essa doença acabam buscando alternativas terapêuticas que ajudam a controlar os sintomas, uma vez que a doença não tem cura, porém com menor risco de efeitos colaterais. Nesse contexto, o uso terapêutico da Cannabis se apresenta como possibilidade menos agressiva, porém com resultados efetivos e seguros.

A Cannabis como alternativa terapêutica para Lúpus

As pesquisas científicas têm apontado a Cannabis como uma opção promissora para o manejo dos sintomas do Lúpus. O sIstema endocannabinoide, que regula processos como inflamação e resposta imune, pode ser modulado pelos compostos ativos da planta, como o CBD  (canabidiol) e o THC (tetra-hidrocanabinol), promovendo alívio sintomático e melhora na qualidade de vida dos pacientes, inclusive no aspecto da saúde mental, já que muitos pacientes acabam desenvolvendo ansiedade e depressão diante da gravidade da doença e suas consequências na vida. 

De acordo com um estudo publicado no PUBMed, há sinais que indicam que a regulação desse sistema tem um importante papel na resposta ao Lúpus, o que pode ser bastante útil para um tratamento à base de cannabinoides.

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Tratamento convencional x tratamento com Cannabis

A pesquisa científica tem apontado a Cannabis como uma opção promissora para o manejo dos sintomas do Lúpus. Abaixo está uma comparação entre os tratamentos convencionais e a terapia com Cannabis:

Evidências científicas

Efeito anti-inflamatório e analgésico: Uma revisão com o título Potencial analgésico do canabidiol no tratamento da dor crônica: uma revisão integrativa apresenta o efeito analgésico da planta e que portanto, pode ser indicado para o tratamento da dor crônica em diferentes patologias.

Modulação do sistema imunológico: Pesquisa publicada na Cellular & Molecular Immunology sugere que o CBD pode influenciar a diferenciação das células Th17, essenciais na regulação da resposta imune.

Redução da dor e fadiga: Um estudo divulgado pelo Lupus Corner revelou que 83% dos pacientes que usaram CBD relataram melhorias significativas e recomendam seu uso 

Melhoria do sono e bem estar geral: O efeito relaxante da Cannabis pode ajudar pacientes a lidar com a insônia e a fadiga extrema, sintomas comuns do Lúpus.

Controle da ansiedade e sintomas da depressão: A Cannabis aumenta a disponibilidade de neurotransmissores como a serotonina e a dopamina, que ajudam a regular o humor e também ajuda a reparar os circuitos neurais no córtex pré-frontal e no hipocampo, que são danificados pela depressão, confome indica este estudo

Redução da rigidez muscular: Ensaios clínicos apontam que produtos à base de cannabis podem diminuir a rigidez muscular, melhorando a mobilidade e o conforto dos pacientes.

Apesar dos resultados promissores, o uso da cannabis no tratamento do Lúpus ainda requer mais estudos clínicos para estabelecer diretrizes seguras e eficazes. Profissionais da saúde devem acompanhar os pacientes de perto para avaliar os efeitos da terapia e ajustar as doses conforme necessário. A conscientização sobre o uso terapêutico da Cannabis é essencial para ampliar o acesso a alternativas terapêuticas eficazes e seguras para pacientes com lúpus.

Fontes:
Revista Galileu
Sociedade Brasileira de Reumatologia
Ministério da Saúde
Volcanic
Wecann Academy

 

 

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