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Ingerir cannabis é medicinal?

Entenda os benefícios deste método de consumo e as indicações clínicas.

Ingerir cannabis vai além de comer brisadeiros ou bolonhas, ou seja, preparos comestíveis feitos com maconha na receita que, sem dúvida, são as formas mais conhecidas de fazer uso da planta.

É bem comum escutar relatos de pessoas que comeram algo feito com cannabis e tiveram um efeito intenso por longo período de tempo.

Isso acontece com certa frequência, pois as pessoas desconhecem a dose adequada quando se trata da via de absorção gastrointestinal e acabam exagerando na dose.

Ingerir cannabis, os benefícios terapêuticos

Considerando que ingerir e inalar cannabis são as formas de uso mais conhecidas e praticadas pelos usuários, se fizermos uma comparação entre elas a diferença se apresenta, principalmente, de três formas: no tempo de ativação dos componentes da planta, na duração do efeito e na biodisponibilidade.

Quando se ingere cannabis, seja através de comestíveis ou de bebidas, o processo metabólico ocorre no fígado. Isso porque os cannabinoides e terpenos são lipossolúveis, ou seja, se diluem na gordura.

É no fígado que as moléculas da cannabis são modificadas. O Delta 9 THC, por exemplo, ao passar pelo fígado se converte em 11 Hidroxy THC, uma outra variação do THC, porém com forma molecular menor e mais potente.

Essa mudança permite que 11Hidroxy THC passe pela barreira cerebral com mais facilidade, onde vai se conectar com receptores e ativar o sistema endocannabinoide

Esse processo faz com que os efeitos dos componentes comecem a agir no corpo cerca 

de 45 minutos depois de consumidos, diferente da inalação que tem um efeito de ativação cerca de 1 a 2 minutos após a inalação.

Porém, ao passo que o efeito demora mais para ser sentido pelo corpo, o tempo de duração é maior, podendo, a depender da dose, se estender por até 24 horas.

Neste caso, pessoas que sofrem com dores crônicas, alzheimer, parkinson, epilepsia, entre outras patologias, que precisam desses efeitos por um tempo prolongado, ingerir é uma excelente opção.

Por serem metabolizados no fígado, a biodisponibilidade, ou seja, o aproveitamento dos componentes é de 4% a 12% do total ingerido. 

No método inalado há um aproveitamento de cerca de 20% a 30%. Mas, há que se considerar que o fígado modifica as moléculas, tornando-as mais potentes, como é o caso do THC. 

A dose é a chave da experiência

Ainda que a biodisponibilidade na ingestão seja menor que na inalação, os efeitos da forma ingerida tendem a ser mais fortes.

Por isso, quando a ideia é fazer uma receita com cannabis, como os populares brisadeiros e bolonhas, é muito importante pensar na dosagem.

A maioria dos preparos utiliza como base algum tipo de gordura (azeite, óleos ou manteigas) preparada com a planta. Nessa gordura é que ficam os componentes da cannabis (cannabinoides e terpenos).

A cozinheira especializada em culinária cannabica, Lilica 420, ensina várias delas em seu site e em cursos. 

Portanto, calcular a quantidade de flores que serão usadas no preparo e quantas pessoas irão comer, é importante para que se tenha uma ideia da dose que será consumida individualmente.

Lembrando que por ser mais intensa a experiência da ingestão, quanto menor a dose, mais controlado serão os efeitos e menor será a duração.

Nem sempre pessoas que têm o hábito de fumar precisam de doses mais altas, por isso, apreciar os comestíveis ou bebidas com cannabis de forma moderada é sempre a melhor opção.

Além disso, começar com doses mínimas permite que cada um entenda como o seu próprio corpo reage aos efeitos, permitindo às pessoas analisar qual é a sua dose ideal.

Essa é uma das grandes magias do uso da cannabis, não existe uma fórmula pronta, pois cada pessoa, com seu sistema endocannabinoide, tem sua resposta ao uso. 

Compreender isso traz autonomia para o tratamento, que no final das contas, é absolutamente individualizado.

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Os produtos disponíveis no mercado

Infelizmente o proibicionismo no Brasil não permite que o mercado apresente muitas opções de comestíveis. Hoje em dia, as receitas médicas prescrevem os óleos e em alguns casos as balas, chamadas de gummies.

Na forma de óleo, os rótulos descrevem qual porcentagem de cannabinoides tem no frasco e quantos miligramas serão ingeridos em cada gota. Os gummies apresentam miligramas de cannabinoides em cada balinha. 

No caso do uso dos gummies o processo metabólico será todo no fígado. Já o uso do óleo, como geralmente é sublingual, uma parte será absorvida pela mucosa e o restante no fígado. 

Em países onde a maconha já é legalizada, como o Canadá, os dispensários (lojas especializadas em venda de produtos de cannabis) há ofertas de cookies, chocolates, balas, bebidas sem álcool infusionadas com cannabis e chás. 

Em todas as opções a dose está bem descrita e a pessoa pode controlar o quanto será ingerido e assim, ir testando os efeitos no corpo até chegar na dose ideal para determinado tipo de reação.

Pessoas com ansiedade e insônia principalmente e que não gostam de inalar cannabis, encontram nos comestíveis e nas bebidas uma solução perfeita para consumir a planta de forma controlada e gostosa.

Como reduzir minimizar o desconforto ao ingerir cannabis em excesso?

Caso o exagero no consumo de comestíveis tenha trazido uma experiência indesejável o mais importante é ter a consciência de que vai passar e que a pessoa não morrerá por conta do excesso, afinal, os cannabinoides da planta não se conectam com a área do cérebro responsável pelos batimentos cardíacos e pela respiração.

Caso a pessoa esteja com o coração acelerado, com a respiração ofegante ou mesmo em estado letárgico, algo bem comum, tomar água, comer, caminhar, ouvir uma música relaxante, conversar com pessoas de confiança, estar em um ambiente seguro, evitar pressões e responsabilidades ajudam a amenizar os sintomas.

Mas fato que somente o tempo vai resolver e que após isso, tudo voltará ao normal.

 

Fonte: Luna Vargas – @lunavargas

Curso Inflore.

Revisão Pedro Nicoletti – @nicomalazartes

 

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