Começamos essa semana com a publicação de uma carta escrita por dois médicos da ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria), que se posicionaram contra o uso da cannabis para fins psiquiátricos, alegando que não há evidências sobre seus resultados.
Para rebater os argumentos apresentados pelos dois médicos da ABS, seis representantes da APMBC (Associação Pan-Americana de Medicina Cannabinoide) escreveram uma nota de esclarecimento trazendo dados e resultados de pesquisas que desmontam o posicionamento da ABS.
Os médicos, em nota, apontam todas as distorções apresentadas na carta da ABS.
Eles comprovam, inclusive, que as evidências científicas apresentadas na carta, usadas para justificar a ineficiência do tratamento com cannabis, apresentam falhas metodológicas graves.
A SouCannabis apoia a iniciativa da APMB. Sugerimos que leia a nota na íntegra e entenda que o tratamento com cannabis para problemas psicológicos é indicado, pois apresenta resultados.
Abaixo inserimos a nota em formato html para facilitar a sua leitura.
Se preferir, você pode baixar a nota original emitida pela a APMB clicando aqui.
Saiba mais sobre a Associação Pan-Americana de Medicina Cannabinoide através do site oficial https://cannabispanam.com/
Autores:
Ana G. Hounie – Psiquiatra. Doutora e Pós-doutora pela Faculdade de Medicina da Universidade de São
Paulo. Pesquisadora Associada. Grupo de Pesquisa de Cannabis no Parkinson (GPeCaP) – UFRJ.
Representante do Brasil no Conselho Consultivo da APMC.
Flávio Rezende – Mestre e Doutor em Neurologia pela UFRJ. Membro Titular da Academia Brasileira de
Neurologia. Professor Adjunto do Departamento de Clínica Médica – Faculdade de Medicina da UFRJ.
Pesquisador Associado. Grupo de Pesquisa de Cannabis no Parkinson (GPeCaP) – UFRJ. Membro do
comitê de Neurologia da APMC
Marcus Zanetti – – Médico Psiquiatra e Doutor em Ciências pela FMUSP. Docente do Instituto de Ensino
e Pesquisa, e Coordenador Científico do Núcleo de Cannabis Medicinal do Hospital Sírio-Libanês. Médico
membro do comitê de Psiquiatria da APMC.
Raquel Peruybe– Diretora do Diplomado da Universidad Nacional Autónoma de Mexico (UNAM). Comitê
Executivo da Internacional Alliance for Cannabinoid Medicines (IACM). Representante do Uruguai no
Conselho Consultivo da APMC. MD, Endocannabinología e Uso Problemático de Drogas.
Wilson Lessa S. Jr. – Psiquiatra e Professor do Curso de Medicina da Universidade Federal da Paraíba.
Membro do comitê de Psiquiatria da APMC.
A Associação Pan-Americana de Medicina Canabinoide (APMC) – entidade científica sem fins
lucrativos que representa profissionais médicos das Américas- tem como focos o desenvolvimento científico
e a aplicação clínica de fito e outros canabinoides na prática médica. A entidade tem como pilares o respeito
à autonomia profissional, promove a prescrição de canabinoides de acordo com as evidências disponíveis,
bem como a legislação vigente de todos os países.
Os comitês científicos da APMC foram surpreendidos e alarmados por artigo intitulado “Position
statement of the Brazilian Psychiatric Association on the use of cannabis in psychiatric treatment” assinado
por apenas dois autores (data da submissão: 17/07/2022) / data da aprovação: 19/07/2022). Trata-se de
um artigo de opinião publicado no periódico “Brazilian Journal of Psychiatry”, claramente enviesado por
posições ideológicas e não científicas, sem menção a trabalho dos comitês científicos da Associação
Brasileira de Psiquiatria (ABP) ou mesmo uma simples consulta pública aos associados da ABP, de modoque parece refletir a posição de sua Diretoria e não representa um consenso da comunidade de psiquiatras
a ela associados.
Em prol do bom debate, a APMC vem a público esclarecer as distorções e os aspectos errôneos
apontados no artigo. Antes de comentar ponto a ponto, salientamos que a revisão de Kirkland et al (2022) – utilizada como base para a afirmação de que as evidências são insuficientes para o uso clínico de
canabinoides no tratamento dos transtornos mentais- apresenta limitações e falhas metodológicas graves:
a)- A revisão excluiu estudos que investigaram intervenções com combinações de CBD e THC, o
que elimina os estudos de nabiximois para transtornos de uso de canabinoides (Lintzeris et al., 2020) e de
extratos integrais no tratamento do autismo (Aran et al., 2021);
b)- Na avaliação da eficácia do canabidiol (CBD) como tratamento para transtornos psicóticos, os
autores incluíram seis estudos, dos quais três teriam tido um resultado positivo e três seriam estudos com
resultados negativos. Isto levou à conclusão de que a evidência hoje seria “mista”. No entanto, dois dos
três estudos negativos mencionados são na verdade publicações diferentes do mesmo estudo. O estudo
referido com “negativo” tratava-se de uma investigação proof of concept de neuroimagem que buscou
avaliar os efeitos da administração de uma dose única de CBD 600mg ou placebo em parâmetros de
conectividade cerebral (O’Neil et al., 2020a) e níveis de glutamato hipocampal (O’Neil et al., 2021b) em 13
pacientes psicóticos. Ou seja, não se trata de um estudo clínico com o objetivo de avaliar a eficácia do CBD
no tratamento de transtornos psicóticos e ainda assim foi “contado” em duplicidade pelos autores. Portanto,
o resultado deste estudo foi positivo: O’Neil et al., utilizando um desenho de estudo cruzado, observaram
uma redução em sintomas psicóticos totais (PANSS total; p=0.016) 270 minutos após a administração de
dose única de CBD 600mg versus placebo, e que se associou com níveis de ativação de circuito pré-frontal-
mesial temporal (O’Neil et al., 2020a) e aumento de glutamato hipocampal (O’Neil et al., 2021b).
c)- Mesmo assim e claramente cientes de que se tratava de duas publicações com os mesmos
pacientes, Kirkland et al (2022) fornecem uma interpretação bastante particular destes resultados (página
04):
“Lastly, two recent double-blind, placebo-controlled crossover studies of the same 15 patients with
early psychosis reported a reduction in the average total PANSS score (O’Neill et al., 2021) during an acute
dose of adjunct CBD (600 mg), as compared to placebo, but this result was only trending when comparing
the change in median total PANSS score (O’Neill et al., 2020). There were no differences between CBD and
placebo for change in average positive symptoms, negative symptoms, or the State Trait Anxiety Inventory
state subscale (O’Neill et al., 2020; O’Neill et al., 2021).
”Ou seja, se há uma tendência estatística, como dizer que não há diferenças? Há um claro viés na
interpretação dos resultados.
A seguir, comentaremos ponto a ponto as afirmações da ABP. A partir daqui falaremos em
canabinoides, subentendendo que nos referimos a endo, fito e canabinoides sintéticos ou semissintéticos.
ABP’s position:
1- Current scientific evidence is not sufficient to support the use of any cannabis-derived substance
for the treatment of mental illness. In contrast, several studies have associated the use and abuse of
cannabis and other psychoactive substances with the development and worsening of mental illness.1-6
Posição APMC
É fundamental que a discussão sobre o uso medicinal dos canabinoides seja completamente
separada do debate sobre uso recreacional/adulto de Cannabis. Aglutinar os dois temas na mesma linha
de argumentação traz distorções e não contribui para o debate honesto, baseado na Ciência. De fato, os
efeitos benéficos e adversos dos canabinoides em seu uso medicinal diferem dos efeitos de seu uso
adulto/recreativo em diversos pontos, a saber: dose e titulação gradual, tipo de produto (incluindo
composição dos diversos canabinoides e a proporção de THC e CBD), acompanhamento médico, entre
outros. As evidências científicas sobre o papel terapêutico dos canabinoides na psiquiatria vêm se
acumulando e para algumas patologias, consolidando, nas últimas décadas – em diversos sintomas não
atendidos- como na insônia crônica e associada ao TEPT (transtorno de estresse pós-traumático), na
ansiedade social, nos sintomas psicóticos da esquizofrenia, no transtorno do espectro autista, nos tiques
da síndrome de Tourette e na depressão. Negar as evidências científicas atuais – mesmo sem ter atingido
o patamar que permita o primeiro registro dos canabinoides por agência regulatória em indicação
psiquiátrica – é um desprestígio aos milhares de pesquisadores debruçados sobre este tema. É negar o
papel relevante das instituições de pesquisa brasileiras – em especial das universidades públicas e dos
hospitais terciários. É simplesmente desconsiderar os milhares de pacientes que têm encontrado no uso
compassivo dos canabinoides alternativa ao tratamento de sintomatologia debilitante.
ABP’s position:
2- The use and abuse of psychoactive substances contained in cannabis can cause chemical
dependency, trigger psychiatric disorders, or aggravate the symptoms of pre-existing mental illnesses.
This is the case with schizophrenia – it is estimated that the risk of developing the disease is four times
higher for cannabis users, and cannabis use has been associated with a poorer prognosis. Cannabis use
is also associated with baseline mood changes, depression, bipolar disorder, anxiety disorders, attention
deficit hyperactivity disorder, and suicidal ideation.1,4,7-9
Posição APMC
O uso precoce e crônico de Cannabis “de rua” (street Cannabis, rica em THC) pode desencadear
esquizofrenia em predispostos. Não existem estudos que comprovem o mesmo para o uso medicinal da
Cannabis (a partir de agora referida como CM). Existem estudos de acompanhamento de crianças tratadas
com CM sem eventos adversos graves. Não há relatos de psicose crônica em pacientes tratados com CM
de qualidade controlada (grau farmacêutico), prescrita por médico habilitado, levando em conta patologia,
dose adequada e acompanhamento médico. Logo, não se pode confundir uso crônico e pesado com uso
medicinal, no segundo caso a presença do CBD, que tem ação antipsicótica, reduz o risco de psicose.
Em relação ao desenvolvimento de dependência química (DQ), este raramente é visto no uso
medicinal entre outros motivos devido ao uso de doses pequenas do THC. No entanto, temos de destacar
que a DQ de Cannabis é muito inferior em prevalência à DQ de outros medicamentos de uso frequente
como benzodiazepínicos e opioides, assim como de substâncias ilegais, como cocaína/crack, bem como
substâncias legais como álcool e tabaco.
Em relação à ansiedade, existem estudos em humanos (ver referência ao final) que demonstram
benefício do canabidiol na ansiedade social.
ABP’s position:
3- Further research on CBD should be encouraged, but further studies on adverse effects and the
likelihood of addiction must also be conducted.4,9
Posição APMC
Concordamos, precisamos de mais estudos de qualidade e de abertura dos periódicos para
publicar as pesquisas da área, pois há um viés de seleção de artigos com resultados negativos na
literatura científica. Entretanto, quando houve esgotamento das possibilidades terapêuticas, é eticamente
admissível testar tratamentos ainda não aprovados com base no mecanismo de ação do composto a ser
usado. É o denominado Uso Compassivo, que corresponde ao método mecanicista, modelo de
prescrição prévio à medicina baseada em evidências que balizou o uso de muitas das medicações
usadas na medicina atual (Carta circular 34/2013/CONEP/GNS/GB/MS;RDC Nº 38, DE 12 DE AGOSTO
DE 2013).
Além disso, a segurança do CBD em relação a potencial de adição é amplamente reconhecida,
tanto que vem sendo extensivamente estudado como um tratamento para o transtorno de uso de
diferentes substâncias (Hurd et al., 2019; Navarrete et al., 2021), incluindo a própria Cannabis
recreacional (Freeman et al., 2020).
ABP’s position:
4- Some Brazilian media outlets have endorsed studies on the possible “benefits” of cannabis, supporting
misinterpretations and contributing to the impression that cannabis is a completely safe and harmless
product to be consumed, especially by young people.1,9 This “positive publicity” takes us back to the time
when cigarettes were marketed with the approval of the media and even of a part of the medical
community to meet commercial interests.
Posição APMC
Como em qualquer área seja da medicina, da política, ou seja, em qualquer Ciência, há diversas
correntes de pensamento dentro dos que estudam a Cannabis. Há os que defendem o uso
recreativo/adulto e os que defendem o recreativo e o medicinal. Não se pode, a partir da manifestação de
diversas correntes nas redes sociais inferir que todos os médicos e pesquisadores envolvidos não
conheçam os riscos do uso precoce e prolongado da maconha (rica em THC). Entretanto, os médicos epesquisadores sérios alertam sobre esses riscos, os levam em consideração ao prescrever e assim
orientam seus alunos, o público leigo. A APMC compartilha dessa preocupação e concorda que se
provenha ao público informação baseada em evidências, sem vieses políticos e comerciais.
ABP’s position:
5- In Brazil, the Federal Council of Medicine authorizes the compassionate use of CBD only for children
and adolescents with difficult-to-treat epilepsy, based on Resolution CFM number 2113 of 2014.10
Posição APMC
É mandatória a revisão dessa resolução assim como de outras. Está em andamento um processo
de consulta pública para revisão da citada resolução, que está ultrapassada e não tem por base o bem-
estar do paciente, já que preconiza o uso do canabidiol purificado somente em epilepsias refratárias do tipo
Dravet e Lennox-Gastaut até os 18 anos de idade, o que condena essas crianças a um futuro de
enfermidade quando completarem a maioridade. Além disso, já existem estudos demonstrando eficácia em
outros tipos de epilepsia. De fato, em 2020 o FDA ampliou o uso medicinal de extratos ricos em CBD
(Epidiolex e afins) a outras formas de epilepsia, como por exemplo no complexo esclerose tuberosa.
ABP’s position:
6- Like the ABP, the American Psychiatric Association (APA)6 does not endorse the use of cannabis for
medical purposes. One excerpt from the position statement issued by the APA says that ‘There is no
current scientific evidence that cannabis is in any way beneficial for the treatment of any psychiatric
disorder. In contrast, current evidence supports, at minimum, a strong association of cannabis use with the
onset of psychiatric disorders.6 Adolescents are particularly vulnerable to harm, given the effects of
cannabis on neurological development.1
Posição APMC
A Academia de Neurologia Americana recomenda, em duas diretrizes de tratamento de
síndrome de Tourette por exemplo, que, dada a alta frequência de automedicação, os pacientes que
fazem uso de Cannabis como tratamento de seus tiques sejam encaminhados para uso supervisionado
por médico expert na área (R 12a). Recomendam que a CM seja oferecida a casos refratários ao
tratamento (R12b) e que os médicos considerem o tratamento com CM para os adultos que já a utilizam
como automedicação (R12c).
Recomendam que as doses usadas sejam as menores possíveis com
demonstração de eficácia (R12d). Que os médicos que prescrevem a CM orientem os pacientes sobre o
risco de dirigir (R12e) (principalmente para os novatos, já que os usuários crônicos não têm prejuízo.
Finalmente, recomendam que os pacientes sejam reavaliados periodicamente (R12f)
ABP’s position:
7- The treatment of any medical condition should be evidence-based, and physicians who prescribe the
use of cannabis for medical purposes should be fully aware of the risks and liabilities inherent in doing
so.4
Posição APMC
Como dito anteriormente, o uso compassivo da CM está balizado tanto pela ética médica, como
pela ciência e pela Resolução da Anvisa RDC No. 17 de 6/5/2015, seguida posteriormente pela RDC de
3/12/2019 que regulamenta a prescrição com receitas controladas A e B.
ABP’s position:
8- There is no convincing scientific evidence that the use of CBD or any of the cannabinoids contained in
cannabis can have any therapeutic effect on any mental disorder. It is important to note that it does not
matter whether a substance is synthetic or natural; without well-designed clinical trials, no substance can
be written down for the treatment of any disease.2,4
Posição APMC
Existem evidências científicas e clínicas de eficácia e segurança de diversos fitocanabinoides.
Há ensaios clínicos com o THC (síndrome de Tourette, demências, TEPT, dor crônica (migrânea,
fibromialgia, nevralgias), TOC, TDAH, depressão, insônia); Com CBD purificado (ansiedade, fobia
social, esquizofrenia) e com extratos integrais (autismo, demências, dores crônicas tais como
fibromialgia e migrânea/enxaqueca). Algumas indicaçoes possuem nível de evidência maior (estudos
randomizados e/ou meta-análises), como TEA, epilepsia, síndrome de Tourette, esquizofrenia). Há
evidências emergentes para o tratamento de alguns sintomas não motores da doença de Parkinson-
como relatos de casos, de série de casos, estudos abertos e experiência clínica acumulada de
especialistas, tanto para os extratos naturais como para drogas sintéticas ou semissintéticas.
ABP’s position:
9- The ABP supports all lines of research in the search for novel solutions for diseases with no treatment,
if they follow all the regulations related to scientific research.
Posição APMC
A APMC concorda com a necessidade de que sejam feitas mais pesquisas na área. Entretanto,
enfrentamos vários desafios, tais como comitês de ética despreparados no assunto, o impedimento do
cultivo de Cannabis nas Universidades e o uso do THC para fazer pesquisas, entre outros. Em 2019, um
dos membros do Comitê de Psiquiatria da APMC (WSLJ), solicitou com seis meses de antecedência
autorização para realizar um questionário com 15 itens sobre a percepção dos psiquiatras sobre o uso
medicinal de canabinoides e seu o conhecimento sobre o sistema endocanabinoide, a ser coletado durante
o Congresso Brasileiro de Psiquiatria. Lamentavelmente, a Associação Brasileira de Psiquiatria não deu o
seu parecer favorável, o que impediu a submissão ao Comitê de Ética da UFRR, passo inicial para dar
seguimento à pesquisa, de acordo com as regras da Plataforma Brasil. Todavia, a ABP insistiu em que
aceitaria a pesquisa desde que houvesse aceite prévio do comitê de ética da UFRR. Este, deu por fim um
excepcional aceite condicionante no mesmo dia em que o congresso teve início. Ainda assim, a ABP se
negou a dar o aceite para a realização da pesquisa. Isso é apenas mais um exemplo do entrave queenfrentamos na realização de pesquisas nesta área, ficando patente a falta de suporte por parte da ABP
às pesquisas na medicina canabinoide.
A APMC pretende trazer informação de qualidade para a população para que os diversos setores
compreendam a importância do sistema endocanabinoide e o papel dos canabinoides na Medicina.
ABP’s position:
10- After careful consideration and in view of the various harms highlighted so far, the ABP currently does
not support the use of cannabis or any cannabis-derived substance for medical purposes in the field of
psychiatry, nor does it support cannabis use for recreational purposes.
It is important to bear in mind that no cannabinoid has been registered with any international regulatory
agency for the treatment of any psychiatric disorder.
Posição APMC
Após uma decisão do governo em 2013, Israel estabeleceu uma agência reguladora especial
dentro do ministério da Saúde – A Agência Israelense de Cannabis Medicinal (Israeli Medical Cannabis
Agency – IMCA). A IMCA definiu critérios detalhados e especificou uma lista de indicações nas quais o uso
médico da Cannabis pode ser autorizado: náuseas e vômitos devido ao tratamento quimioterápico, dor
associada ao câncer, doença de Crohn, colite ulcerativa, dor neuropática, pacientes com AIDS e caquexia,
esclerose múltipla, doença de Parkinson, Síndrome de Tourette, epilepsia (população adulta e pediátrica),
tratamento paliativo e transtorno do estresse pós-traumático. E em janeiro de 2022, o autismo foi
adicionado à lista das patologias que o ministério da saúde de Israel aprova.
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EPILEPSIA
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de Oliveira CC, et al. Anticonvulsant activity of β-caryophyllene against pentylenetetrazol-induced seizures. Epilepsy Behav. 2016 Mar;56:26-31. doi: 10.1016/j.yebeh.2015.12.040.
Pamplona FA, et al. Potential Clinical Benefits of CBD-Rich Cannabis Extracts Over Purified CBD in Treatment-Resistant Epilepsy: Observational Data Meta-analysis [published correction appears in Front Neurol. 2019 Jan 10;9:1050]. Front Neurol. 2018;9:759. doi:10.3389/fneur.2018.00759
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Dr. Rubens Wajnsztejn
CRM – SP 36527
Presidente da APMC
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Dr. Flavio Geraldes Alves
CRM – SP 117.104
Diretor Científico da APMC
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