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O cenário da cannabis 2023 no Brasil

A importância da informação e da regulamentação para a cannabis 2023

Ainda que o cenário da cannabis 2023 seja otimista, é preciso investir em informação e regulamentar o mercado para tornar democrático o acesso a planta.

Se analisarmos o ano passado, a cannabis progrediu em muitos aspectos:

Aumentou o número de pacientes em tratamento e de médicos prescritores,
Muitos cursos e eventos movimentaram o cenário,
Conquistas no campo legislativo e judiciário,
Exposição da pauta da cannabis na mídia nacional.

Alguns números você encontra clicando aqui.

Cannabis 2023 ganha popularidade

Hoje são mais de 160 mil pessoas no Brasil em tratamento com a planta. É cada vez mais comum conhecer alguém que faz tratamento com excelentes resultados.

Essa popularidade levou a cannabis como pauta para as grandes mídias.

Por isso, ter profissionais comprometidos e especializados no tema é fundamental para comunicar os benefícios  e as inúmeras aplicações possíveis.

Cannabis e o cenário político

O fato de termos progredido de um cenário político conservador para um cenário aberto ao diálogo, nos mostra que teremos espaço para pautar a cannabis no campo legislativo.

O eleito deputado federal Paulo Teixera, relator e defensor do polêmico PL 399/2015, foi nomeado Ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar para a gestão atual.

Essa transição aflorou as expectativas de que a discussão em torno do PL avance e que se tenha abertura para propor as melhorias no texto, principalmente em relação ao plantio e na reparação histórica.

Como dependemos da relação e dos acordos firmados entre os políticos e seus partidos, não há como ter garantias reais do que irá mudar no campo legislativo.

Mas, o fato de estarmos vivendo um governo de centro-esquerda, nos traz um pouco mais esperança.

Cannabis e o legislativo

Ainda que a maioria da câmara e do senado seja mais conservadora, terminamos o ano passado com a criação da Bancada da Cannabis, para dar voz ao tema e buscar o diálogo.

O governador de SP, Tarcísio de Freitas, sancionou o PL 1180/2019 que garante o fornecimento de cannabis pelo SUS.

Isso abre precedentes para que outros projetos de lei nesse sentido sejam aprovados em outras cidades.

Cannabis e as pesquisas

Encerramos o ano passado com a notícia da autorização de cultivo e pesquisa com cannabis pela UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte).

Esse é um fato inédito que abre portas para que a pesquisa no Brasil siga avançando.

A USP (Universidade de São Paulo) começou o ano recrutando voluntárias para participarem de uma pesquisa sobre o uso da cannabis para o tratamento de endometriose.

Comunicar os resultados dessas pesquisas para a população e, assim, reforçar o importante papel da ciência é fundamental.

Cannabis e a regulamentação

Enquanto o lesgislativo não assume a tarefa de criar leis para regulamentar o uso da planta, instituições regulatórias como a Anvisa criam alternativas para garantir o direito de acesso dos produtos à população.

No último ano, a Anvisa desburocratizou o processo de autorização e compra dos produtos. Estima-se que são cerca de 100 mil pacientes cadastrados.

Esse ano a  agência vai finalizar o processo de consulta pública e apresentar as mudanças na RDC 327 ligada à cannabis, a partir das contribuições populares recolhidas em 2022.

Já o CFM (Conselho Federal de Medicina), que regulamenta o exercício da classe médica, até o momento continua restringindo o uso de cannabis somente em caso de três patologias com epilepsia refretária, saiba mais clicando aqui

Se por um lado temos a Anvisa, com postura moderada e aberta ao diálogo, o CFM reforça o seu perfil ultra conservador, mesmo tendo cerca de 5 mil médico(a)s prescritore(a)s de cannabis no Brasil.

É urgente a pressão popular organizada para cobrar que as autoridades deem prioridade nas discussões sobre a regulamentação da cannabis no país.

Cannabis e os negócios

Desde que a cannabis foi se popularizando, os números para quem deseja investir nesse setor são sempre otimistas.

Por isso, quando as autoridades públicas se juntam para regulamentar o acesso à cannabis, milhares de possibilidades de crescimento econômico acompanham essa mudança.

Ampliando as formas de uso da cannabis, aumenta-se a oferta e variedade de produtos. A Anvisa já autorizou 25 empresas a comercializarem seus produtos das drogarias. 

Mas não é somente o ramo farmacêutico que tem espaço, o mercado da beleza, têxtil, alimentos e bebidas são grandes promessas. 

Empresas variadas de pequeno e médio porte receberam cerca de 22 milhões de investimento em seus negócios. 

Segundo dados coletados pela Kaya Mind, em seu Anuário da Cannabis no Brasil de 2022, as projeções apontam que o mercado deve atingir em 2023 mais de 600 milhões. 

“Caso houvesse uma regulamentação que incluísse o uso medicinal, industrial e adulto (recreativo) da planta, haveria potencial para criar 328 mil empregos formais e informais no país. Em quatro anos, o setor geraria R$ 26,1 bilhões à economia brasileira”,

Relatóriodo  Anuário da Cannabis no Brasil em 2022.

Conclusão

O uso da cannabis é uma realidade que vem se expandindo no Brasil e no mundo, fato incontestável. 

Investir em pesquisa e educação sobre a planta e seus benefícios é a base do desenvolvimento.

É preciso regulamentar o acesso à cannabis, do plantio até a comercialização dos produtos derivados, seja através de empresas ou associações, mas respeitando suas diferenças.

Educar à população sobre os benefícios da cannabis e o desastre que é a Guerra às Drogas é fundamental.

É preciso olhar para as vítimas desta guerra e pensar nas formas de reparar esses anos de violência e morte em nome de uma planta que não existe para  matar, mas para salvar vidas.

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