Associação promove debate sobre o tema no programa Participa + e contou com mais de 40 inscritos.
A SouCannabis promoveu uma roda de conversa sobre o uso terapêutico da Cannabis para crianças com autismo. A parceria entre a associação e o SUS ocorreu por meio do projeto Participa + e foi realizada de forma online e gratuita no dia 25 de novembro.
A roda foi uma oportunidade para apresentar resultados de pesquisas, evidências científicas e experiências que mostram a Cannabis como uma via de tratamento para autismo capaz de auxiliar na regulação comportamental e na melhoria do bem-estar e da qualidade de vida,não apenas das crianças, mas de toda a família.
O projeto tem como objetivo qualificar a atuação de conselheiros de saúde e lideranças de movimentos sociais. Para isso, estabelece parcerias com instituições que se inscrevem com temas propostos e podem oferecer cursos, oficinas e rodas de conversa.
Estudo internacional revela os benefícios da Cannabis para autismo
O tema da roda de conversa “Cannabis e autismo: pesquisa, experiência clínica e o suporte nas associações” contou com a participação do Dr Alysson de Liz, médico prescritor da equipe Sou Cannabis e a terapeuta canábica Raquel Albertini, mãe de uma criança no espectro autista.
Ambos compõe a equipe que realizou um estudo internacional publicado na revista Clinical Neuropsychopharmacology and Addiction (CNA), com o título “Observações retrospectivas de um estudo piloto sobre a viabilidade e segurança da redução ou retirada de medicamentos em crianças com transtorno do espectro do autismo que tomam óleo rico em canabidiol”.
Segundo Raquel, “o diagnóstico de autismo tem aumentado no campo social e, com isso, cresce também a procura pelo óleo de Cannabis. Porém, ter um diagnóstico assertivo é fundamental para a efetividade do tratamento. Além disso, o acompanhamento multidisciplinar, com diferentes profissionais, incluindo terapeutas canábicos, é essencial para auxiliar na interação social, no desenvolvimento motor, na comunicação e no manejo comportamental.”
Raquel conheceu a Cannabis como opção terapêutica para seu filho por meio da SouCannabis. Os resultados foram tão significativos que, há cerca de cinco anos, ela se dedica ao estudo e à pesquisa da planta no contexto do autismo.
Ela também é responsável pela condução do Grupo SouAfeto, que oferece encontros online e gratuitos para cuidadoras e cuidadores de crianças autistas que são atendidas pela SouCannabis, criando um espaço acolhedor de escuta e troca, mediado pela sua experiência prática.
O Dr Alysson reiterou que “as evidências científicas comprovam o que vemos na prática clínica sobre a segurança dos remédios à base de cannabis, os quais possibilitam qualidade de vida e melhoras significativas comparados a outros fármacos disponíveis no mercado”.
Thávila Kaline, mediadora do encontro e diretora do acolhimento da Soucannabis, reforçou sobre a importância das associações no suporte às pessoas em vulnerabilidade, que não conseguem custear o tratamento, e encontram nas associações o acesso que não é garantido pelo Estado.
“São as associações que dão o suporte de toda jornada terapêutica do paciente, desde o acolhimento até a oferta do produto, além disso fazem o acompanhamento terapêutico, uma etapa fundamental até que o paciente consiga se colocar como protagonista do seu tratamento”, explica.
Participaram da roda profissionais da saúde que atuam no SUS, cientistas, pesquisadores, pacientes e familiares.
A médica Dra. Eliane Nunes, presidente da SBEC (Sociedade Brasileira de Estudos da Cannabis), destaca, “já temos hoje uma série de evidências sobre a efetividade do tratamento com Cannabis para autismo. É preciso reconhecer o protagonismo das associações, que oferecem acompanhamento baseado em práticas integrativas de saúde e acesso a produtos com amplo espectro de canabinoides. Essas organizações também produzem pesquisa: registram todo o protocolo de atendimento, resultados e evolução, reunindo um banco de dados rico que sustenta estudos científicos. As associações fazem um acompanhamento cuidadoso, ético e fundamentado na ciência, tratando o paciente como protagonista de sua terapia. A Anvisa e o CFM precisam reconhecer esse diferencial. Defendemos ainda que as famílias tenham liberdade de plantar em casa, com regulamentação que garanta sementes de qualidade, manejo seguro e extração adequada do óleo. As farmácias vivas do SUS também devem integrar esse cenário de acesso.”
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