A relação entre cannabis e epilepsia tem sido recomendada pela comunidade médica, pois reduz as convulsões com baixo efeito colateral. Neste artigo, vamos explorar os potenciais benefícios da combinação promissora entre cannabis e epilepsia, fornecendo uma análise baseada em evidências de sua eficácia e segurança.
À princípio, a busca por tratamentos alternativos eficazes para doenças crônicas, que minimizem efeitos colaterais, é um desafio constante na medicina.
Por outro lado, desde a década de 1990, a cannabis tem se destacado como uma alternativa para tratar condições médicas, incluindo a epilepsia, uma doença neurológica marcada por convulsões recorrentes. No entanto, foi em 2018 que a FDA (Food and Drug Administration) dos Estados Unidos aprovou o primeiro medicamento derivado de Cannabis
Mas afinal, o que é a Epilepsia?
Em primeiro lugar, a epilepsia, uma condição neurológica, é definida pela ocorrência repetida de crises epilépticas—descargas anormais de neurônios que causam alterações na consciência, sensações, funções autonômicas, motoras ou psíquicas, surgindo em intervalos irregulares.
Além disso, De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença atinge cerca de 3 milhões de pessoas apenas no Brasil e pode acometer indivíduos de todas as idades, mas é mais prevalente em crianças e idosos.
Cannabis e Epilepsia: por que é uma opção de tratamento?
Do mesmo modo, estudos clínicos revelam que o CBD, um componente químico da cannabis, possui propriedades anticonvulsivantes, controlando convulsões em casos de epilepsia de difícil controle, como as Síndromes de Dravet e Lennox-Gastaut. Além disso, a cannabis serve como tratamento alternativo para quem não reage bem aos antiepilépticos convencionais ou sofre de seus efeitos colaterais intoleráveis.
“Os resultados do estudo – realizado na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP – revelam que o tratamento com CBD, uma substância derivada da Cannabis sp., impediu o recrutamento de novas áreas cerebrais no processo que origina a epilepsia em novas partes do cérebro. Assim, evitou-se o surgimento de crises límbicas (mais graves e associadas a estruturas do cérebro como hipocampo, amígdala e córtex) no modelo que simula o tipo de epilepsia mais comum em humanos, a do lobo temporal.” — Trecho da matéria publicada no Jornal da USP
Todavia, outro benefício potencial da Cannabis no tratamento da epilepsia é sua capacidade de melhorar significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
O uso da cannabis ameniza as convulsões, tem baixo efeito colateral e melhora qualidade de vida
A relação entre cannabis e epilepsia tem sido estudada e recomendada pela comunidade médica e científica. Os relatos clínicos apontam os potenciais benefícios do uso de produtos à base da planta para o tratamento da doença.
Um dos principais benefícios associados ao uso de Cannabis para epilepsia é sua capacidade de reduzir a frequência, a duração e a gravidade das convulsões com baixo efeito colateral, ao contrário dos medicamentos convencionais.
A redução da frequência, duração e da gravidade das convulsões, além de aliviar o sofrimento físico associado às crises, minimiza o impacto negativo da epilepsia na vida cotidiana, incluindo questões como dificuldades de aprendizado, restrições de mobilidade e estigma social.
Outro fator positivo associado ao uso da Cannabis para epilepsia é sobre sua segurança e aos baixos efeitos colaterais relatados em comparação com muitos medicamentos antiepilépticos convencionais.
Isso pode torná-lo uma opção atraente para pessoas que buscam um tratamento mais natural e com menos efeitos adversos.
“Interessante notar que a cannabis demonstrou eficácia justamente nessa parte da população que tem epilepsia severa, não responsiva aos medicamentos convencionais. Aí está o mérito da planta. Além disso, a toxicidade da cannabis é mínima quando comparada às outras drogas antiepilépticas. A natureza nos brindou com um tesouro que é a cannabis; felizmente, as pessoas de bem estão redescobrindo esse tesouro e dando utilidade a ele de forma pública. Cabe ao Estado exibir o mínimo de decência e distribuir cannabis à população de forma gratuita”, aponta o médico neurologista e estudioso da medicina canábica, Paulo Bittencourt.
Utilização de Cannabis e Epilepsia: Métodos e Formas de Aplicação
O tratamento com Cannabis emergiu como uma alternativa terapêutica promissora para pacientes com epilepsia refratária, oferecendo uma nova perspectiva no controle das convulsões intratáveis. Além do uso direto de produtos à base de Cannabis, existem várias alternativas terapêuticas que podem ser consideradas para maximizar os benefícios do tratamento:
1. Formas de Administração
Uma das considerações importantes ao explorar alternativas terapêuticas com Cannabis é a forma de administração. Os pacientes têm uma variedade de opções, incluindo óleos, cápsulas, sprays para uso intranasal, vaporização e comestíveis.
Cada forma de administração pode ter diferentes perfis de absorção e duração dos efeitos, permitindo que os pacientes escolham a opção mais adequada às suas necessidades e preferências.
2. Combinações de Canabinóides
Além do canabidiol (CBD), outros compostos presentes na Cannabis, como o tetraidrocanabinol (THC) e o canabinol (CBN), também podem ter efeitos terapêuticos na epilepsia. Os estudos apontam que a combinação de diferentes canabinoides pode ser mais eficaz do que o uso isolado de CBD, resultando em uma sinergia conhecida por diversos nomes como efeito entourage, efeito comitiva ou efeito sinergia. Explorar diferentes proporções e combinações de canabinoides pode oferecer uma abordagem mais abrangente no tratamento da epilepsia.
3. Terapias Complementares
Complementar o tratamento com Cannabis com outras terapias pode ajudar a melhorar seus benefícios, isso pode incluir terapias comportamentais, alimentação, exercícios físicos, técnicas de relaxamento e outras aplicações terapêuticas que visam melhorar a saúde geral e o bem-estar dos pacientes
4. Acompanhamento Médico
É fundamental que os pacientes recebam acompanhamento médico adequado e orientação personalizada. Um profissional de saúde qualificado pode fornecer informações essenciais sobre dosagem, administração, potenciais efeitos colaterais e interações medicamentosas, garantindo um tratamento seguro e eficaz.
Com uma abordagem integrativa e orientada por profissionais de saúde, os pacientes podem encontrar uma combinação de terapias que atenda às suas necessidades individuais, proporcionando esperança e alívio para aqueles que enfrentam desafios com a epilepsia refratária.
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