Saiba quem somos e como realizamos nosso trabalho.
Em um bate papo esclarecedor Pedro Nicoletti, diretor de cultivo da associação entrevista Dérick Rezende, idealizador e cofundador da SouCannabis e Régis Scaggiante, associado fundador e diretor do setor de tecnologia no acolhimento de pacientes.
Pedro Nicoleti – De onde surge a Sou Cannabis?
Dérick Rezende – A SouCannabis surge da necessidade das pessoas terem acesso regular e de maneira criteriosa ao remédio fitoterápico de cannabis e assim, conquistar o bem-estar que tanto procuram.
Mas não é só isso, a SouCannabis surgiu também da necessidade de organização civil para se ter o direito à dignidade, à saúde e ao bem-estar, para acabar com dores ou tratar males.
E não é assim tão simples.
O conceito de saúde e bem-estar envolve o ser humano de forma integral. O tratamento é pessoal, não dá pra generalizar.
Por isso, nós adotamos a perspectiva integral do tratamento bio-psico-social.
Nunca tivemos a ideia de fazer um dispensário de medicamentos simplesmente, queremos ter esse olhar para atender a complexidade do que é esse bem-estar para cada um.
Na SouCannabis temos também o pilar da economia solidária. Que se refere em como podemos criar alternativas, ou seja, outras economias, que compõem o bem-estar do ser através do bem-estar da comunidade.
Também levamos em consideração a perspectiva dos povos originários, povos tradicionais que trazem o conhecimento dos vegetais, o conhecimento empírico da medicina natural.
Muito do conhecimento que temos da cannabis hoje vem do que se experimenta. Por isso, não tem como falar de cannabis, sem falar de tradição.
Pedro Nicletti – De onde vem esse nome: SouCannabis?
Dérick Rezende – Eu levanto a bandeira da cannabis e procuro levar a pauta para onde eu for.
Ela está integrada em diversas áreas, nas relações humanas, no físico, no psicológico, no social, no espiritual, na casa, na roupa, na comida.
É muito mais que só um remédio.
A palavra sou, na sonoridade lembra alma em inglês. A cannabis une diferentes nacionalidades, diferentes culturas, diferentes idades, diferentes cores, diferentes identidades.
São pessoas que têm algo em comum, a paixão pela cannabis.
Pedro Nicoletti – Quando foi que nasceu a Sou Cannabis?
Dérick Rezende – A ideia, como embrião, começou antes da pandemia, mas ela nasce oficialmente no começo do ano de 2021. Estamos comemorando nosso primeiro ano de vida.
Pedro Nicoletti – Como está organizado o acolhimento aos pacientes que buscam a SouCannabis?
Régis Scaggiante – O acolhimento está organizado para oferecer nossos serviços de acordo com a ampla visão que temos na associação. São profissionais de diferentes áreas para ajudar a pessoa no que ela estiver precisando
Organizamos a nossa estrutura para direcionar os contatos para nosso site. Quem nos busca precisa preencher o Formulário de Solicitação que fica na página inicial do site. São duas etapas, preencher a “solicitação” e depois “associar-se”.
Os nossos serviços são para os associados, mas respondemos as dúvidas de qualquer pessoa. Não cobramos taxas nem anuidades. Para se associar não tem custo.
Depois de preencher o formulário e se associar, nossa equipe retorna o contato através do whatsapp. Nosso tempo médio de atendimento está em torno de um ou dois dias, após o envio do formulário. É importante que a pessoa preencha corretamente o formulário, clicando no botão enviar e vendo a mensagem de confirmação do envio.
Pedro Nicoletti – Quantas pessoas são associadas à Sou Cannabis atualmente? O que essas pessoas encontram na associação?
Régis Scaggiante – Até o momento somos 1404 associados e associadas.
Com relação às consultas fizemos um total de 400 consultas de atendimento o que dá uma média de 30 por mês, ou seja, todo dia temos consulta.
São cinco médicos que atendem pela associação e um time de acolhimento que dá suporte aos associados e faz os encaminhamentos para as áreas específicas.
Temos também dois terapeutas, uma assistente social, três psicólogos, uma neuropsicóloga, uma neuropsicopedagoga, uma dentista e duas veterinárias.
Esse é o nosso time técnico que dá atenção ao paciente.
Quem quiser começar um tratamento com cannabis é só entrar em contato que a gente faz o possível para dar o apoio em relação à terapêutica cannabinoide.
Caso algum(a) profissional da saúde tenha interesse em fazer parte do nosso time é só entrar em contato que a gente analisa e acolhe.
Pedro Nicoletti – Qual é o procedimento de contato?
Régis Scaggiante – Nosso principal canal de comunicação é através do formulário no site.
Na página inicial tem um botão “Receber o Suporte” onde a pessoa clica para seguir o passo a passo dos formulários.
Após os formulários serem preenchidos, nosso time de acolhimento entra em contato para ajudar naquilo que for preciso, agendamento de consultas, suporte para aquisição de produtos, análise social ou qualquer outro serviço ou suporte necessário.
Por enquanto os atendimentos aos associados são realizados de forma totalmente online, mas em breve pretendemos construir uma sede que nos permita realizar atendimentos de forma presencial.
O atendimento terapêutico na SouCannabis é dividido em duas etapas.
Um primeiro momento que dura cerca de uma hora no qual esclarecemos as dúvidas principais e damos as orientações básicas sobre como funciona o tratamento com a cannabis.
A partir daí temos a segunda etapa na qual a equipe acompanha o paciente por cerca de 30 dias para auxiliar nas dúvidas que vão surgindo ao longo do processo.
Pedro Nicoletti – Quais são as demandas mais frequentes dos associados?
Régis Scaggiante – Sobre as enfermidades específicas, as que mais aparecem na associação são: alzheimer, ansiedade, depressão, autismo, epilepsia, pacientes com dores e problemas para dormir.
Pedro Nicoletti – A associação cobra por todos os serviços?
Régis Scaggiante – Pessoas que realmente tem uma condição econômica vulnerável, fazemos um esforço para garantir o atendimento. Este ano, o plano é expandir esse serviço social para poder viabilizar o tratamento e o benefício a mais pessoas.