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Alimentação e Cannabis

Como a escolha dos alimentos pode ajudar o tratamento cannabico

“Faça do seu alimento o seu remédio”. Assim aconselhou Hipócrates a 2400 anos atrás.
Não foi à toa. Tudo o que comemos interfere diretamente na saúde e equilíbrio do nosso organismo. Por isso, combinar uma boa alimentação ao tratamento cannabico ajuda e muito a alcançar os resultados positivos que os pacientes buscam.

Ter uma alimentação balanceada significa ingerir nutrientes que auxiliam no bem-estar do nosso corpo, sem sobrecarregar os órgãos e os sistemas vitais, entre eles, o sistema endocanabinóide, responsável por manter a homeostase do corpo e que se conecta às substâncias da cannabis para potencializar essa ação.

“Todos os órgãos e sistemas que envolvem um bom tratamento se beneficiarão de uma alimentação rica, equilibrada e constante”, complementa a nutricionista cannabica, Andressa Marchi.

Conexão cérebro e intestino

Estudos mais recentes, como este publicado em 2020, indicam que existe um eixo que faz a conexão do cérebro com o intestino. 

Essa comunicação nos ajuda a controlar os sinais de fome e saciedade, mas vai além da digestão e alcança outros processos orgânicos, como expressão de medo, resposta ao estresse, memória, aprendizado, entre outros.

Por isso, quando essa conexão está desequilibrada, vários distúrbios neurológicos podem aparecer, como  esclerose múltipla, transtornos de humor, depressão, ansiedade, mal de alzheimer, parkinson e enxaqueca. 

“Quando temos uma base nutricional boa, temos como consequência uma microbiota intestinal saudável. A Microbiota intestinal faz muita diferença no tratamento canabinoide”, explica Andrea Terra, farmacêutica e consultora canábica.

Como isso acontece?

O tratamento com cannabis age diretamente no sistema endocanabinoide, que através da ligação dos canabinoides da planta e dos endocanabinoides presentes no organismo dos animais, promove o equilíbrio das funções do corpo. 

“Porém, quando nossa alimentação não é equilibrada as funções do intestino ficam afetadas e uma microbiota desregulada pode causar disbiose e pode acarretar em doenças autoimunes, inflamações e falha no sistema endocanabinoide”, pontua Andrea.

Outro fator que compromete a homeostase do corpo é a produção de serotonina, que se dá no intestino. Esse hormônio é fundamental para estimular a anandamida, um endocanabinoide produzido pelo nosso corpo e que se liga ao receptor CB1..

Ou seja, se temos uma alimentação equilibrada, temos mais produção de serotonina no intestino, que vai estimular a produção de anandamida no cérebro e por consequência, facilitar a conexão da planta com o nosso organismo, promovendo a homeostase através do sistema endocannabinoide. 

Que alimentos auxiliam o tratamento com cannabis

Alimentação
Quais alimentos ingerir

Segundo a farmacêutica Andrea Terra, as pesquisas mais recentes apontam:

“Alimentos ricos em mirceno como a manga e manjericão podem ajudar na absorção do óleo de cannabis.
Existem evidências que curcumina + CBD combinados em tinturas, óleos, cápsulas ou tópicos podem fornecer alívio sinérgico para artrite e dores.
A aloe vera produz um composto chamado kaempferol que bloqueia e inibe a quebra da anandamida.
O cacau atua no sistema endocanabinoide desativando a FAAH, uma enzima que decompõe a anandamida. Quando a anandamida não é quebrada, isso significa que o corpo retém um nível mais alto dela, o que faz as pessoas se sentirem relaxadas ou eufóricas.
Tanto a soja quanto a alfafa e o amendoim sintetizam um composto chamado biochanina A que também bloqueiam a quebra da anandamida.
Algumas espécies de plantas dos gêneros Ficus e Eucalyptus produzem os terpenóides alpha-amyrin e beta-amyrin, que também previnem a quebra do endocanabinoide 2-AG. Além disso, eles apresentaram efeitos positivos em estudos sobre pancreatite.
A pimenta preta é abundante no terpeno beta-cariofileno, que se liga aos receptores canabinóides no corpo e oferece efeitos terapêuticos como a redução da inflamação”.

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Alimentos Canabimiméticos

Quais alimentos devem ser evitados

Pensando numa alimentação equilibrada e que beneficia as funções do organismo, quanto mais natural e orgânica for a alimentação, melhor.

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Alimentos para evitar

A cannabis enquanto alimento

Os textos mais antigos da farmacopéia chinesa, séculos I e II a.C., já indicavam o uso das folhas e flores de cannabis com finalidade medicinal no preparo de mingaus e vinhos. 

Povos antigos da Austrália, Índia e África usavam as sementes de cânhamo como parte da dieta de sobrevivência dos mais pobres. O mesmo uso fizeram os soldados durante a Segunda Guerra Mundial.

“A cannabis é considerada uma Panc (planta alimentícia não convencional). Sua maior fonte de nutrientes vem das sementes, que são proteicas (teor de 26 a 31%), fornecem vitaminas e minerais, ácidos graxos essenciais e fibras”, revela a nutricionista cannabica Andressa Marchi.

Hoje em dia, a indústria de alimentos vem apostando no cânhamo como super alimento.

Com baixíssima concentração de THC, mas com um potencial nutricional incrível, as sementes de cânhamo apresentam características de uma proteína completa, por isso são uma alternativa a proteínas do leite, carne e ovos e podem ser consumidas por crianças, adultos e idosos.

Com elas são produzidas farinhas, chocolates, sucos, granolas, azeites, leite, queijos, carne plant-based.

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Propriedades nutricionais
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